Do céu ao inferno, podemos dizer que a caminhada de Goreng (Iván Massagué) dentro do poço funciona assim.
O longa do Galder Gaztelu-Urrutia, é uma forma muito interessante de mostrar que é possível fazer um filme totalmente artístico com basicamente um cenário único. Todo o conhecimento que absorvemos sobre o conceito de sociedade, fé e até mesmo medo, é colocado a prova com O Poço.
A história conta a trajetória de Goreng, um cidadão comum que decidiu entrar nessa “prisão” para se livrar de um vício, até então uma história que pode parecer muito comum. Certo? Errado!
Com referências claras a história de Don Quixote, o filme te leva para várias reflexões em momentos cruciais. O desenvolvimento do personagem de Iván vai de encontro com a personagem, que na minha visão é o centro do longa. Miharu (Alexandra Masangkay) é uma mulher que vive cada nível do poço intensamente. Na primeira aparição da personagem, o filme já deixa bem claro a motivação dela, muito bem interpretada pela Alexandra.
Entre lições de como a sociedade se impõe diante de diferentes situações, a profundidade da história com o psicológico de quem está assistindo é incrivelmente trabalhada com pequenos detalhes. A luz vermelha aparecendo em todo momento que pode causar perigo aos personagens, a escuridão e o jogo de cortes nos momentos de conclusão de uma determinada parte da história com a trilha sonora causando incômodo propositalmente, é com toda certeza algo interessante de ver dentro de um filme.
Pode parecer confuso da primeira vez que você assiste, mas o poço merece ser apreciado por todo bom amante de cinema, mesmo que não esteja na telona.
Nota do Crítico: 4,0 = Ótimo.
O critério de notas é estabelecido da seguinte forma:
0,0 = péssimo
1,0 = ruim
2,0 = regular
3,0 = bom
4,0 = ótimo
5,0 = excelente